Uma gestão financeira bem feita está diretamente ligada ao sucesso de seu petshop. Para isso, é preciso reunir informações para tomar as decisões corretas e ter disciplina para controlar cada centavo que entra e sai da empresa. O mercado pet é um dos poucos que têm apresentado bons resultados apesar do cenário econômico, mas para que seu negócio seja bem-sucedido é importante acompanhar de perto as operações, como controle de estoque, fluxo de caixa e pagamento de impostos. “Gestão financeira equivale à gestão do oxigênio para o ser vivo. Sem oxigênio a vida se extingue, sem resultado positivo a empresa morre”, explica o consultor em Gestão Empresarial, Antonio Carlos de Matos, em entrevista exclusiva ao Canal Lojistas.
Neste post, vamos abordar os principais conceitos para um bom controle financeiro e dar dicas para ter disciplina e garantir a lucratividade do seu negócio. Apresentamos um modelo simples de planilha para ter sempre em mãos e manter o controle financeiro em dia.
Enquadramento tributário
O correto enquadramento afeta a lucratividade do negócio: cada R$1,00 economizado em tributos é R$1,00 somado ao lucro. Os empresários precisam escolher a melhor opção de regime tributário, dentre eles, o regime pelo Lucro Real, pelo Lucro Presumido ou pelo SIMPLES Nacional. A melhor opção é aquela que facilitar o processo de comercialização de produtos ou serviços e levar à menor carga tributária. Para ter certeza de que esteja com a carga tributária na justa medida da legislação, o melhor é fazer o processo de elisão fiscal, ou seja, um planejamento tributário.
O SIMPLES Nacional tem sido para a maioria das empresas com receita bruta de até R$4.800.000,00 anuais o melhor regime, tanto por ser de menor carga tributária como pela redução da burocracia em torno da tributação, mas não é uma verdade para 100% dos casos, a elisão fiscal responderá a isso. Já o MEI é sem dúvida a melhor opção para negócios com até R$81.000,00 de receita anual e com estrutura de até um empregado, com salário não maior que o salário-mínimo, com restrição somente para algumas atividades.
O ideal é consultar sempre um contador, para que ele o oriente sobre o enquadramento jurídico e o regime de tributação mais adequado ao seu caso.
Estoque
São várias as vantagens de gerenciar bem o estoque de seu petshop. A primeira é garantir que todos os itens mantenham total poder de venda, sem desperdício. Em segundo lugar, diminui o risco de falta de produto por desabastecimento. O giro intenso não permite que itens já pagos fiquem parados em estoque, pressionando a necessidade de capital de giro.
Fique atento ao seu estoque: Estoque parado significa dinheiro parado e geração de custos. Além disso, produto sem estoque significa venda perdida. Evite excessos de estoque e em períodos sazonais negocie com fornecedores devoluções ou trocas em caso de sobras.
Custos fixos e variáveis
É importante conhecer, controlar e gerenciar os custos e despesas para validar os preços de venda e gerenciar os resultados. A dica mais importante é registrar todas as movimentações do petshop: tudo que compra, tudo que vende, tudo que recebe e tudo que paga. Sempre classificados em: receita do mês, custos diretos das receitas, despesas comerciais das receitas e despesas fixas da estrutura da empresa no mês.
Fluxo de caixa
A grande vantagem de manter essa rotina de fazer os registros bancários está em conhecer o movimento do dinheiro da empresa, entre o que tem disponível, o que tem a receber e o que tem a pagar. O Fluxo de Caixa em uma pequena empresa é simplesmente o registro e cruzamento por datas de tudo que recebe (o registro das contas a receber) com tudo que paga (contas a pagar). O resultado é o saldo diário do dinheiro disponível da empresa e uma visão breve das condições financeiras de curto prazo da empresa, ou seja, possibilidade de pagar as contas a vencer.
Capital de giro
O conceito de capital de giro é simples: é o dinheiro disponível para que o empresário pague suas contas e compras e mantenha o seu petshop em funcionamento. O ideal é receber primeiro e pagar depois. Nem sempre é possível manter essa regra, mas o ideal é ficar o mais próximo possível desse formato.
Isso evita que a empresa se preocupe em buscar fontes externas de financiar capital de giro. O ideal é a empresa ser financiada por fornecedores que oferecem prazo e conseguir receber dos clientes em prazo mais curtos.. Se o inverso ocorrer, a empresa precisará de dinheiro de outras fontes. Se não tiver dinheiro próprio terá de tomar emprestado para manter as contas em dia.
Tomar dinheiro emprestado é um sinal da necessidade de suprir o capital de giro. Se não for preciso, significa que o capital de giro disponível tem sido suficiente, ou que o negócio não precisa de recurso de capital de giro. “O melhor dos mundos é não precisar dispor de capital de giro, ou seja, receber antes de pagar”, explica consultor em Gestão Empresarial, Antonio Carlos de Matos.
A maioria das despesas tem prazo de 30 dias, como por exemplo, o pagamento dos salários de seus profissionais, aluguel, energia elétrica e impostos. Já as receitas não necessariamente acompanham o mesmo prazo, dependem da política adotada de venda, sem falar que pode ocorrer inadimplências no meio do caminho. Confira essas dicas:
- Reduza o prazo de recebimento: avalie alternativas como campanhas para pagamento à vista, descontos para pagamento em boleto, débito ou transferência;
- Faça uma análise das finanças e descubra quais gastos podem ser reduzidos.
- Negocie os prazos de pagamento com seus fornecedores. Pagar rápido só é vantagem quando se tem um bom desconto.
Organização financeira
A recomendação mais importante é separar o dinheiro que circula na empresa do dinheiro dos sócios e de suas famílias. Mas, mais importante, é respeitar os limites da empresa: apurar o lucro do período e não retirar mais que isso. Os donos, os sócios podem retirar o pró-labore, que equivale a uma espécie de salário do dono que trabalhar na empresa, justo para compensar apenas o trabalho que o sócio fizer na empresa. E também podem retirar o lucro que for gerado no mês, e quando este lucro vier para o caixa. Se retirar mais do que isso estará desfalcando o capital de giro e quando este esgotar começará a desfalcar as condições de operação da empresa. “Uma das causas de desajustes das finanças é justamente descuidar da necessidade de renda da família e retirar da empresa mais do que ele pode dar”, afirma o consultor Antonio Carlos de Matos.
Para ajudar a manter o controle financeiro de seu petshop, sugerimos aqui um modelo de planilha para anotar suas principais despesas e receitas.
As instruções são simples: começar pela célula C85, saldo inicial de caixa e preencher somente as linhas em branco, nunca as linhas coloridas.
O que é ROI como calcular
Uma empresa precisa ganhar dinheiro. É assim que ela se sustenta e cresce. A ideia de ter um pet shops claro que também atende a outras questões como amor aos animais, e a outras causas como gosto, preferências, aptidões, filantropia, etc. É importante ter uma maneira de calcular e analisar os lucros obtidos em um negócio a partir do dinheiro que foi investido. Assim será possível avaliar melhor a rentabilidade. Para isso, existe uma métrica chamada ROI, abreviação da expressão em inglês ‘’Return over Investment’’, ou, em português, ‘’Retorno sobre Investimento’’. Por meio desse indicador é possível saber quanto a empresa está ganhando (ou perdendo) com os seus investimentos. O retorno do investimento é a relação entre o lucro obtido num período de tempo, ou o lucro esperado, com o investimento feito para montar o negócio. Geralmente, o ROI é desenvolvido em forma de porcentagem. No caso de capital investido em empresa, o lucro é o retorno. A taxa ROI mede quanto o lucro gerado representa do capital investido. Por exemplo, para se ter um retorno de 6% ao mês de um investimento de R$80.000,00 é necessário produzir um lucro de R$4.800,00 por mês. (6% x 80.000= 4.800). Este lucro de R$4.800,00 por mês virá das vendas, que neste exemplo foram previstas em R$40.000,00 mensais.
Financiamento X empréstimo
Financiamento para crescer, aumentar a capacidade de vendas e ou de produção sempre pode ser bem vindo. Já o empréstimo para poder pagar contas sempre deve ser evitado.
Empréstimo para pagar conta significa falta de capital de giro, e os juros de
empréstimos significam redução do lucro. Assim, planejamento financeiro significa
cuidar para nunca ter de tomar empréstimos e para investir em crescimento da
empresa sem dar passo maior que as pernas, ou seja, que a parcela de pagamento do
financiamento seja igual ou de preferência muito menor que o lucro gerado no período.
Investimento se paga com financiamento externo, lucro ou com dinheiro do sócio, nunca com dinheiro da operação da empresa.
Softwares de gestão
A tecnologia é uma aliada dos negócios e existem hoje no mercado softwares que auxiliam na gestão do seu petshop. Com pouco investimento é possível controlar tudo o que ocorre no pet shop: comissão dos vendedores; agenda, itens de maior sucesso de vendas, controle de caixa e estoque, média estatística de consumo, entre outras varáveis. A automação vai ajudar a reunir informações importantes que servirão de base para a tomada de decisões futuras, garantindo mais rentabilidade.
Agora que você já tem os conceitos básicos para gerir bem seu petshop, é hora de colocar os conhecimentos em prática. Comece a preencher a planilha de custos e receitas diariamente e lembre-se que a PremierPet® tem um grupo de consultores especializados à disposição para auxiliá-lo sempre que precisar.
Referências:
- https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideais/como-montar-uma-loja-de-animais-ou-pet-shop,88187a51b9105410VgnVCM1000003b74010aRCRD#
- http://www.mrresults.com.br/
- https://vetus.com.br/universidade/13-dicas-para-manter-as-financas-do-pet-shop-em-dia/