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Diagnóstico de Intoxicações em Cães e Gatos

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Saiba como identificar e diagnosticar intoxicações em cães e gatos. Aprenda sobre os sintomas e tratamentos para proteger a saúde dos seus pets.

Helena Martos Rombooli
Graduanda Medicina Veterinária na FMVZ/USP. Atualmente no 10º período e coordenadora do Projeto de Extensão Petmosfera, que visa difundir conhecimento sobre toxicologia em pequenos animais.
Silvana Górniak
Professora titular do departamento de Patologia da FMVZ/USP

O sucesso no tratamento de intoxicações em cães e gatos começa com um diagnóstico preciso. Entender a causa – a substância tóxica envolvida – é o primeiro passo para implementar o tratamento específico necessário para salvar vidas, evitar complicações e garantir uma recuperação rápida.

Também nos permite oferecer um prognóstico detalhado e estabelecer medidas preventivas para proteger outros animais da mesma ameaça.

Sem um diagnóstico exato, nosso papel se limita a cuidados paliativos, tratando apenas os sintomas sem atacar a raiz do problema.

Em casos de intoxicação intencional, sem identificar claramente a toxina, perde-se a oportunidade de buscar um meio legal para o animal afetado.

Identificar a toxina responsável é desafiador. A resposta individual de cada animal à exposição pode variar significativamente, exigindo uma abordagem detalhada e considerada para cada caso.

Estratégia de Diagnóstico

Cão e gato no veterinário

A abordagem para diagnosticar uma intoxicação não difere muito da utilizada para outras doenças: é um processo de eliminação.

Baseamos nosso diagnóstico na combinação de informações do caso, exames laboratoriais e uma interpretação criteriosa dos dados, levando em conta as circunstâncias do incidente.

Podemos classificar o diagnóstico em três categorias: certeza (quando há testemunho da exposição ou evidências claras), suspeita (baseada em indícios da presença do tóxico) e desconhecimento (quando a causa é totalmente incerta).

Ferramentas de Diagnóstico

Cão sendo analisado pelo veterinário

Para chegar a um diagnóstico preciso, utilizamos várias ferramentas:

  • Anamnese: a história clínica do animal, uma coleta de informações meticulosa pode ser decisiva para identificar o agente tóxico;
  • Avaliação Clínica: complementa a anamnese, e muitas vezes, o tratamento precisa ser iniciado com base nos dados clínicos e históricos, antes mesmo de obter os resultados dos exames. Embora o exame físico seja essencial, ele raramente fornece uma resposta definitiva, devido à variabilidade dos sinais clínicos;
  • Exames complementares: são fundamentais para apoiar o diagnóstico, descartar outras condições e ajudar no prognóstico. Estes podem incluir hemograma, urinálise, bioquímica sanguínea, radiografias, entre outros;
  • Achados Post Mortem: quando aplicável, as alterações observadas durante a necropsia podem fornecer evidências sobre a causa da morte;
  • Exame Toxicológico: a análise química de amostras serve para identificar a toxina específica, embora tenha suas limitações, o exame toxicológico é uma ferramenta valiosa. Devido à vasta gama de substâncias potencialmente tóxicas, nem sempre é possível testar todas as possibilidades. A seleção do teste mais adequado depende da hipótese diagnóstica do veterinário, que deve orientar o laboratório sobre a suspeita clínica para que o método mais apropriado seja utilizado.

É vital usar todas essas ferramentas em conjunto para formar um quadro completo. Confiar em um único critério pode levar a diagnósticos equivocados. A integração dessas informações nos ajuda a identificar o agente tóxico, possibilitando o tratamento mais eficaz e a implementação de estratégias preventivas.

Além de seu impacto direto na saúde animal, o diagnóstico é significativo para a saúde pública e a conservação ambiental, ajudando a identificar contaminantes que afetam diversas espécies, incluindo humanos.

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