A nutrição para gatos filhotes é fundamental para atender as necessidades nutricionais dessa fase tão importante para que o pet tenha um crescimento saudável. Confira!
O desmame deve iniciar a partir da 6ª semana de vida, época na qual suas necessidades nutricionais começam a aumentar e o leite materno já não consegue suprir tais necessidades.
O desmame deve ser gradual, especialmente porque os dentes dos filhotes estão em crescimento e eles precisam se adaptar à ingestão de alimentos sólidos.
Por isso, durante um período de aproximadamente duas semanas, é recomendado introduzir uma dieta específica para essa fase de vida.
No caso dos alimentos secos, pode-se optar por misturar com água morna para adquirir uma consistência mais macia.
A partir desse ponto, a transição para uma dieta totalmente sólida pode ser feita. Isso faz parte da nutrição para gatos filhotes, que visa garantir um desenvolvimento saudável nesse estágio crucial da vida felina.
Os gatos devem continuar com a nutrição específica para filhotes até o momento em que o organismo atinge a maturidade reprodutiva, ou seja, até o momento em que o felino já se desenvolveu por completo e é capaz de gerar descendentes férteis.
O tempo para atingir a maturidade reprodutiva varia e depende de fatores como o porte e comprimento dos pelos.
Gatas de pelo curto costumam amadurecer mais cedo em relação às que possuem pelos longos, e, de modo geral, gatos de porte grande levam mais tempo do que gatos de porte pequeno.
De modo geral, algumas informações para entender o amadurecimento do felino:
- Tempo para atingir a maturidade varia de 10 a 12 meses;
- Fatores como porte e tipo de pelos influenciam o amadurecimento;
- Gatas de pelo curto amadurecem mais cedo;
- Gatos de porte maior podem demorar mais tempo;
- Desenvolvimento muscular ocorre mesmo após o porte adulto;
- Gatos filhotes alcançam 80% do peso adulto por volta da 30ª semana;
- Peso adulto é atingido em torno da 40ª semana (10 meses).
Acompanhamento nutricional dos gatos filhotes
Durante o desenvolvimento do filhote, o foco é garantir um crescimento ideal, não excessivo.
Assim, o acompanhamento nutricional é crucial para assegurar esse progresso saudável e ajustar as quantidades de alimento à medida que ele cresce.
A curva de crescimento se tornou a principal ferramenta para acompanhar o crescimento de filhotes, enquanto o escore de condição corporal na escala de 9 pontos, desenvolvido por Laflamme em 1997, pode auxiliar concomitantemente (porém, tal escala foi validada somente para animais adultos).
O ideal é que os filhotes sejam pesados semanalmente e reavaliados num intervalo de 2 semanas por um médico-veterinário.
Como entender as opções de alimento para filhotes?
Dentre tantas opções de alimento para filhotes disponíveis no mercado, qual escolher?Para começar, verifique no rótulo se está escrito “alimento completo para gatos filhotes”.
Além disso, como essa fase de vida demanda muita energia, é necessário que o alimento seja hipercalórico (com mais de 4 kcal por grama de energia metabolizável) e também é aconselhável que o alimento contenha mais de 18% de gordura na matéria seca.
Por ser uma fase de intensa multiplicação celular, visando o desenvolvimento do filhote, todo esse processo requer, além de alta energia, alto teor protéico (> 35% na matéria seca) e ingredientes de alta digestibilidade para melhor aproveitamento pelo organismo.
Veja abaixo alguns exemplos de fontes proteicas de alta digestibilidade:
- Carnes mecanicamente separadas;
- Vísceras de aves;
- Glúten de milho 60;
- Soja micronizada;
- Farinha de salmão;
- Plasma suíno;
- Ovo desidratado em pó.
Tais ingredientes são declarados no rótulo, sendo possível identificá-los na composição.
Caso o filhote seja alimentado com dietas de baixa digestibilidade, será necessário aumentar a quantidade de alimento para suprir suas necessidades nutricionais.
Isso pode sobrecarregar o trato gastrointestinal, resultando em alterações como diarreia, êmese e flatulência.
A taurina na nutrição dos gatos
Ainda falando sobre proteínas, é preciso se atentar a taurina, um aminoácido vital para os gatos, pois, ao contrário dos cães, eles não conseguem sintetizá-lo a partir da metionina e cistina, oriundos da dieta.
A deficiência de taurina na alimentação dos gatos resulta em problemas como falta de formação da retina, baixo peso ao nascer, imunossupressão severa, alterações neurológicas significativas e, consequentemente, uma expectativa de vida reduzida.
Manejo alimentar dos gatos: frequência e quantidades adequadas
O comportamento natural dos gatos é fazer pequenas refeições ao longo do dia e, por isso, muitos tutores deixam alimentação à vontade.
Porém, deixar alimentação à vontade não é recomendado, pois pode levar o animal a desenvolver malformações osteoarticulares, sobrepeso e possível obesidade, predispondo a outras alterações de saúde e diminuindo a expectativa de vida.
Além disso, a gordura presente no alimento exposto ao ambiente por muito tempo começa a oxidar e, além de ficar rançoso e perder nutrientes (inclusive vitaminas lipossolúveis), são produzidos radicais livres e compostos tóxicos ao organismo.
Por isso, recomenda-se dividir a quantidade diária em:
- 3 a 4 refeições até os 6 meses de vida;
- E, após esse período, 2 refeições diárias são suficientes.
Na fase de filhote, também é essencial habituar os gatinhos a diferentes texturas alimentares para facilitar sua aceitação na vida adulta.
Por sua vez, gatos adultos e senis têm tendência a serem neofóbicos, ou seja, não aceitam bem novos alimentos, principalmente se forem com texturas variadas.
Por isso, introduzir alimentos úmidos como sachês e patês desde filhote ajuda a promover a ingestão de líquidos e a prevenir problemas do trato urinário na fase adulta.
Nutrição na prevenção da obesidade pós-castração
É comum que os gatos sejam castrados ainda filhotes nos abrigos e gatis, tornando essencial uma avaliação e acompanhamento nutricional para evitar o sobrepeso e a obesidade.
A castração diminui as necessidades energéticas do felino e caso não haja uma adequação da energia consumida, podem vir a desenvolver a obesidade, predispondo a diversas outras complicações.
Assim, o risco durante a nutrição para gatos filhotes é particularmente preocupante, com consequências mais graves do que a obesidade hipertrófica que aflige os gatos adultos.
O risco da obesidade na fase de filhote é preocupante, pois as consequências e riscos para saúde do animal são mais graves do que a obesidade hipertrófica que ocorre no animal adulto.
A obesidade hiperplásica é caracterizada pelo aumento do número e tamanho dos adipócitos e a hipertrófica é caracterizada pelo aumento no tamanho dos adipócitos já existentes no organismo.
Como a fase de filhotes é a fase de multiplicação celular, os adipócitos vão se multiplicando conforme é necessário armazenar gordura.
Quanto mais adipócitos o animal tem, maior a capacidade de estoque de gordura na fase adulto e, consequentemente, mais difícil o tratamento, predispondo a doenças osteoarticulares, alterações cardiorrespiratórias, menor qualidade de vida e longevidade.
Por fim, é importante que os médicos-veterinários orientem os gateiros nas primeiras visitas à clínica sobre a importância da nutrição neste período de crescimento, reforçando que essa fase impactará sua fase adulta.