Autores: Alexandre Rossi e Prof. Dr. Marcio Antonio Brunetto
Apesar da popularização dos gatos como animais de estimação, grande parte dos tutores ainda têm dúvidas sobre como cuidar da alimentação desse pet. Por isso, neste primeiro post da série “Como melhorar a alimentação do seu gato”, vamos mostrar algumas das maiores dificuldades na hora de alimentar o gato.
Alimento úmido não necessariamente aumenta a ingestão de água
O alimento úmido é altamente palatável para a maioria dos gatos, e isso faz com que, ao consumir o alimento, o pet possa naturalmente ingerir mais água. No entanto, pelo fato de não conter conservantes, esse tipo de alimento se degrada rapidamente e o maior teor de umidade favorece a multiplicação de fungos e bactérias. Justamente por isso, é um alimento que não podemos deixar o dia inteiro à disposição do pet, o que implica em ser consumido apenas algumas vezes ao dia. Ou seja, ainda que o alimento úmido favoreça a ingestão de água, se oferecermos ao gato apenas uma ou duas vezes ao dia, é possível que isso não altere de maneira significativa a necessidade hídrica do animal.
Alimento sempre à disposição pode prejudicar o gato
Ao contrário do alimento úmido, os alimentos secos podem ficar disponíveis no comedouro para o pet durante um intervalo maior de tempo. A principal dificuldade em relação a isso é que o tutor geralmente enche o potinho com todo o alimento pela manhã e, com isso, o gato pode comer tudo de uma vez e depois passar o dia sem se alimentar. Outro ponto é que o alimento que fica exposto ao ambiente vai perdendo a palatabilidade e pode oxidar, tornando-se menos atrativo para o gato e o desestimulando a comer ao longo do dia. Isso faz com que o pet coma mais que o necessário quando o alimento ainda está “fresco” e depois permaneça em jejum por longos períodos.
Sobrepeso e obesidade demandam atenção
É comum os tutores acharem que seus gatos estão no peso ideal ou apenas “fofinhos”, mas a realidade é que grande parte deles pode estar acima do peso ideal. Esse problema pode ser controlado com alimentação e exercício físico. Mas lembre-se: em qualquer situação, o gato não deve ficar sem se alimentar por muito tempo. Isso é especialmente importante para os gatos que já estão obesos , pois podem desenvolver lipidose hepática se a alimentação for muito restrita. Para evitar que o gatinho desenvolva sobrepeso ou obesidade, especialistas indicam oferecer a quantidade exata de alimento duas vezes ao dia (de manhã e à noite, por exemplo). Embora não seja a melhor opção, já que o ideal é que ele coma pequenas porções durante o dia, ainda é melhor do que deixar o alimento à vontade.
Miar para pedir comida não é sinônimo de fome
O quarto e último problema que talvez você enfrente é ter um gato que fica miando para pedir comida. Ele mia, você oferece mais alimento e, assim, acaba recompensando o gato por miar e ser insistente. Com o tempo, ele pode começar a fazer isso em horas indesejáveis, como muito cedo pela manhã, e, se toda vez você der comida, a tendência é que ele comece a fazer isso cada vez mais cedo. Muitas vezes o gato até tem comida no pote, mas ele quer que você coloque mais, já que, como falamos anteriormente, o alimento que fica exposto deixa de ser atrativo, começa a degradar e fica menos palatável.
Na parte 2 da série “Como melhorar a alimentação do seu gato” vamos explicar como o enriquecimento ambiental pode te ajudar com essas questões! E, na parte 3, você aprenderá a colocar tudo em prática com um passo a passo fácil. Não perca!
Agradecimento à colaboração do Grupo de Estudo em Comportamento (GEC) da Cão Cidadão
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Com equipe formada pelos maiores pesquisadores sobre nutrição de cães e gatos no Brasil, o Blog de Nutrologia de Cães e Gatos tem o propósito de esclarecer cientificamente assuntos relacionados alimentação, saúde e bem-estar. Conteúdos autorais, combatendo a desinformação e desmitificando temas que geram dúvidas entre os tutores.